terça-feira, 15 de julho de 2008

Acordo cheia de sono, estremunhada… e com a sensação de sonho interrompido! “Clara, acorda!”, oiço a minha companheira de quarto chamar-me. Soergo-me lentamente da cama enquanto o meu cérebro resolve esclarecer tudo: estou em Sydney, em casa dos Coorey, uma simpática família de um casal e três crianças.

Recordo o maravilhoso banho da véspera, após quase 3 dias de viagem (!), e sinto a minha bela caminha… Salto da cama, tal como a Ausenda, a amiga e companheira de jornadas, e surpreendemo-nos com um fantástico pequeno-almoço em cima da mesa… Há de tudo: pão de forma com e sem sementes, compotas, queijo, fiambre, manteiga, leite magro e meio gordo, chocolate em pó, chá, cereais, e ate uma pasta de barrar salgada… com vitaminas!!!

Esta família e tão acolhedora! Comemos com os miúdos e depois saímos irradiando uma imensa alegria (contagiada por aquela família tão bem-disposta!). Fomos a correr, a rir e a cantarolar ate a paróquia, onde encontrámos o resto do grupo. Depois apanhámos o comboio ate Sydney (e incrível a frequência com que aqui passam os transportes públicos!) e saímos numa das estações principais, no centro: St. James.

Aí encontra-se um dos monumentos mais emblemáticos da cidade de Sydney (ou, como dizem os australianos, de “Sidni”), a catedral de Santa Maria. Nesse local fomos imersos num banho de culturas, bandeiras, países e línguas tão diversos! Mas todos unidos num único espírito de alegria, de partilha e de troca de experiências… todos animados por um mesmo desejo de conhecer outros, outros que vieram de longe, mas que sentem incrivelmente próximos – como irmãos. Senão como explicar a espontaneidade com que se abordam? A alegria com que cantam juntos e tiram fotos? A facilidade com que abraçam e trocam contactos?

Por volta do meio-dia juntámo-nos com os nossos amigos que tinham ficado na torre de Sydney, para subir a umas dezenas e dezenas de metros de altura… E fomos rapidamente envolvidos num banho de gente que cruzava uma das principais avenidas da cidade, e entre cânticos, dança e muita animação, lá chegamos num mar de bandeiras e gente de raça branca, africana, asiática, aborígene, numa miscelânea colorida e vibrante, ate ao recinto gigante Barangaroo. Mesmo à beira da água.

Aí almoçámos, celebrámos juntos a fé, a vida e a juventude na Missa de abertura das jornadas como o bispo de Sydney, jantámos e assistimos a concertos de música. Ouviu-se musica tradicional aborígene, com os instrumentos típicos, o “Who wants to live forever” dos Queen, o “With or without you” dos U2, o “Ameno” dos Era, cânticos religiosos de um coro australiano só composto por raparigas, musicas de pop e rock cristão… e claro, não faltou o hino destas jornadas, que todos já parecem saber de cor! “Alelluia, receive the power of the Holy Spirit”.
Ao vir para casa, estoirados mas felicíssimos, apercebemo-nos de que na diversidade encontramos a unidade, e de que aqui, nos confins da terra, descobrimos o mundo e aprofundamos o nosso conhecimento pessoal. E é tão bom voltar à família de acolhimento e nos receberem com um sorriso: “Olá! Querem um chá ou um café?”

Clara Pereira

1 comentários:

Ana Saavedra disse...

É esta a riqueza da Igreja: pessoas de vários pontos da Terra, cada qual falando a sua língua e, no entanto, unidos pelo Espírito Santo, a Jesus Cristo.
Boa estadia em Sidney!
Ana