quarta-feira, 16 de julho de 2008

Muitas experiências para um só dia! De manhã uma oração e Missa com brasileiros. Cantar e bater palmas, sorrir muito e invocar o Espírito Santo! Então e não é que Ele veio? E resolveu trazer consigo duas prendas: o Duarte, de Portugal, nestes últimos dias numa conferência na Coreia do Sul… e a Ki Mi, uma chinesa católica, que nem sabe bem como mas conseguiu realizar o sonho de vir as jornadas a Sydney. Ambos vieram sozinhos. Não conheciam ninguém, mas de repente fizeram um monte de amigos. E os australianos são tão hospitaleiros que eles se sentem em casa.

Conheci estas duas personagens e fui pensativa, enquanto comia a salsicha do barbecue oferecida pela paróquia de Beverly Hills, até ao comboio. Lá, a festa habitual. Ao chegar ao porto de Sydney, no Circular Quay (ou, como dizem os australianos, no Circlar Key) embarcámos rumo a norte. A cidade estende-se à nossa frente. Fico extasiada com a beleza de Sydney, que se assemelha a uma mão aberta, as águas entre os dedos.

Depois das construções magníficas dos homens, delicio-me com as maravilhas da natureza. O Taronga Zoo vale bem os quase 20 dólares australianos que paguei de entrada. Cangurus, pinguins, coalas, pássaros de mil cores, dragões komodo, aligatores, cobras enormes, e ate um ornitorrinco envergonhado eu vi!

As cores das bandeiras, os gritos eufóricos e cânticos alegres (de uma alegria contagiante) e os sabores da comida australiana inebriaram-me os sentidos no Hyde Park, enquanto esperava junto do meu grupo, como milhares de jovens, entrar na catedral. Mesmo duas horas em pé, de mochila as costas, ao cair da noite (o que significa que a temperatura baixa drasticamente), os jovens não arredam pé… E esperam pacientemente a sua vez.

E a minha chegou por volta das 6 da tarde. A catedral de Santa Maria, imponente no exterior, impressionante no interior, oferece o espaço de reflexão e oração de que preciso. Há ali uma paz sublime. E simultaneamente um frenesim de gente que entra, que tira fotografias, que filma, que se ajoelha e reza, que lê a vida da santa australiana Mary Mackillop, que se senta nos bancos a contemplar a beleza da arte…que chora, que sorri, que oferece um sorriso.

Tocou-me o abraço de uma amiga a quem confortei, o terço rezado com outra enquanto caminhávamos à beira do Darling Harbour e uma lua cheia enorme, branca, resplandecente, envolta numa aura de luz translúcida.

O cansaço da caminhada de regresso a casa trouxe consigo os abraços fraternos, as canções de embalar, e uma doce modorra que nos invade lentamente. Hoje, enquanto me sento ao computador para partilhar tudo isto convosco, a Tina traz-me, sorridente, um chá preto e umas bolachinhas de chocolate. “De certeza que nunca provaste estas Tim-tam! São óptimas!”… Hum-hum!

Clara Pereira

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