domingo, 20 de julho de 2008


O dia começou cedo, por volta das 6h da manhã. Depois de um pequeno-almoço super reforçado (panquecas com doce, leite e fruta), partimos para a caminhada. Foram cerca de 10km com as mochilas, sacos-cama e esteiras às costas, a cantar, a falar com pessoas de outros países (meti-me com jovens das Ilhas Salomão, da Malásia, de Hong Kong, da Alemanha, da Nova Zelândia…) e a rezar. O nosso grupo de Lisboa primava pela simpatia, que atraiu até os polícias australianos, que vigiavam a Harbour Brigde, e que pararam o seu trabalho para tirar uma fotografia connosco!

Caminhei por dentro e por fora. Rumo a uma paz e consolo interiores, rumo ao hipódromo de Randwick, nos arredores de Sydney. Durante horas vimos bandeiras de todo o mundo ondulando ao sabor dos passos largos dos caminhantes, mas foi quando chegámos ao enorme recinto que nos apercebemos da verdadeira dimensão do evento. Eram torrentes de gente a montar tendas, estender sacos-cama, a passear pelos corredores trocando pins, bandeiras, chapéus. E quanto mais longe o país do objecto que se leva para casa, melhor!

Foi verdadeiramente emocionante ver o crepúsculo abraçar o recinto e cerca de 250.000 pessoas em festa entrarem em recolhimento. Infinitos pontinhos de luz iluminavam a noite. A Vigília com o Papa foi um dos pontos altos da noite. Encorajou-nos e fez-nos sentir de uma forma mais forte ainda a unidade no Espírito Santo.

Sorrisos, fotografias, t-shirts assinadas, velas alumiando o rosto, cânticos de encantar e músicas dignas das maiores produções de Hollywood, cores, muitas cores – são estas a imagens que me ficaram na memória. E o Papa a abrir os braços, como querendo agradecer-nos e abraçar-nos por estarmos ali com ele.

No Domingo de manhã fui com a toalha, a pasta e a escova de dentes fazer a higiene matinal… e não é que eu e uma amiga, a Joana, ficámos impedidas de voltar para junto do nosso grupo, porque fecharam as passagens? Primeiro sentimo-nos tristes, porque a Missa ia começar e nós não estávamos com os outros, mas depois… depois o Papa passou no papa móvel ali mesmo à nossa frente… e ficámos tão gratas! E mais! Três dos nossos amigos, que também tinham ficado retidos daquele lado, apareceram ao pé de nós! E o Papa passou uma segunda vez…

A Missa foi linda… e toda a gente no fim cantava, a plenos pulmões, o hino das jornadas: “Alleluia, alleluia. Receive the power from the Holy Spirit!” Tal como disse um jornalista na televisão australiana, “se não estivesse lá estado e visto a fé daqueles jovens, eu achava que a energia e a alegria que eles tinham era por estarem drogados!” Sim, estava tudo louco!!! Louco de amor. No Espírito Santo.
Clara Pereira

0 comentários: