terça-feira, 5 de agosto de 2008

Porque peregrinámos até Sydney?

Regresso da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Sydney e familiares, amigos e colegas de trabalho perguntam-me: “Então como é que correu?” Quem já participou numa Jornada sabe como é difícil dar a resposta a esta questão e a JMJ em Sydney foi, de facto, muito generosa em acontecimentos, de tal forma que as mais de 20 horas de viagem de avião desvanecem-se!
A JMJ reúne jovens de vários países do mundo com culturas e realidades tão diferentes, mas essas diferenças traduzem-se numa enorme riqueza em partilha, conhecimento, amizade, alegria, que eu não vejo em outros acontecimentos.


À partida, podíamos achar que este é mais um encontro de jovens que se reúnem à semelhança do que acontece num jogo de futebol ou num qualquer festival de Verão. Mas o que é que nos faz diferentes? É o facto de sermos baptizados, é o fazermos parte de uma Igreja una, cuja cabeça é Cristo e nós somos os seus membros e que em nós actua, permanentemente, o Espírito Santo que é a seiva que nos renova e nos torna homens convictos na fé.



Jesus Cristo é a causa de eu ter visto jovens com um brilho nos olhos que nos absorve e arrebata, com um enorme sentido de responsabilidade e comprometidos verdadeiramente na Igreja. Conheci jovens já repetentes nestas “andanças” e outros que estavam a participar pela primeira vez, mas algo havia de comum em todos eles: o quererem conhecer e amar mais esta Igreja de Jesus Cristo! Por isso se explica a alegria e os cânticos entoados pelos vários grupos que se cruzavam pelas principais avenidas de Sydney, agora fechadas ao trânsito para deixar passar a multidão de jovens; os sorrisos sinceros e verdadeiros estampados nos rostos iluminados e cheios de entusiasmo; salas da conhecida “Sydney Opera House” transformadas em locais para confissão e adoração; a caminhada que se estendeu por mais de 9 Km e que encheu por completo a “Sydney Harbour Bridge” desde a madrugada até ao final da tarde; as centenas de voluntários que se encontravam sempre com um sorriso e se dirigiam a nós e perguntavam se precisávamos de ajuda; o silêncio de “arrepiar” no momento da consagração, onde estavam reunidos mais de 250.000 jovens na Eucaristia de encerramento com o Papa Bento XVI.

Por tudo isto valeu a pena participar na peregrinação até Sydney!
Este encontro ajudou-me a renovar e a fortalecer a minha fé, a tomar consciência da importância de ser testemunha viva, apesar das minhas limitações e das dificuldades que encontro no dia-a-dia.
Felizmente vivo num país onde posso fazer esta partilha convosco - pois ainda hoje, em pleno século XXI, países como a China, os católicos não se podem expressar livremente – por eles o mundo grito, a minha solidariedade e a minha oração.


A todos os elementos do Patriarcado de Lisboa que integraram esta peregrinação, o meu obrigado pelo testemunho, a partilha, a alegria, a amizade, o abraço e por me terem feito sentir muito amado e acolhido. Obrigado! Foi por tudo isto que eu peregrinei até Sydney…





Texto e imagens de Nuno Antunes

1 comentários:

Anne Caroline disse...

Ola :)
Você traduziu perfeitamente o sentimento de uma JMJ. É impossível explicar àqueles que não foram a magnitude do evento.
Como dizer que aquela vigília com o Papa foi a melhor coisa que já me aconteceu? É como se céu e terra tivessem e unido naquele momento... só vivendo uma JMJ pra saber.
Nos vemos em Madri!
Abraços